O governo iraniano anunciou nesta quarta-feira (8) que realizará uma
reunião de alto nível com a presença de mais de uma dezena de países da Ásia,
África e América Latina para debater a delicada e complexa situação vigente na
Síria e buscar soluções diplomáticas para a crise cruenta em que o país árabe
está engolfado há 17 meses.
A Chancelaria iraniana e o próprio presidente da República Islâmica
reiteraram a rejeição a qualquer solução militar.
Observa-se aí uma abissal distância entre a posição iraniana,
compartilhada pelo governo sírio, e a das potências ocidentais, à frente o
imperialismo estadunidense, que apostam na guerra civil, na fragmentação da
Síria e, se for necessário para levar adiante seus planos, na própria intervenção
armada.
Por enquanto, as potências ocidentais financiam e armam o chamado
Exército Livre da Síria, formado por militantes da oposição e mercenários
oriundos do Afeganistão, Iraque e Líbia. Contam com o apoio da Turquia, cuja
fronteira com a Síria foi transformado em corredor por onde passam mercenários
e armas. Na retaguarda financeira e midiática encontram-se as monarquias
reacionárias da Arábia Saudita e do Catar. E o indefectível Estado sionista
israelense, que age como inimigo figadal da Síria, país que sempre apoiou as
forças patrióticas árabes e palestinas.
O Irã tem sido um dos aliados mais leais do governo sírio, desde que há 17
meses se iniciaram os conflitos no país.
Com toda a clareza, suas autoridades têm estado disponíveis para organizar a resistência aos planos intervencionistas do imperialismo estadunidense e seus aliados na região do Oriente Médio. "O Irã não permitirá que o eixo de resistência, do qual considera a Síria uma parte essencial, seja destruído de qualquer maneira que seja”, enfatizou Saeed Jalili, autoridade iraniana que visitou o Líbano e Síria no início desta semana.
A via iraniana e síria para a solução diplomática para o conflito no país árabe contrasta com o caminho escolhido pela oposição, que pode ser qualificado de terrorista.
Nenhuma dúvida resta sobre quem defende a paz e quem defende a guerra no
Oriente Médio. Recorda-me a alocução do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad,
quando de sua passagem pelo Brasil durante a Conferência Rio + 20 no Rio de
Janeiro, em junho último. Ele defendeu a Paz como imperativo da Justiça.
Que contraste com as concepções militaristas e belicistas dos
imperialistas norte-americanos e dos sionistas israelenses!
Infelizmente, o Brasil anunciou, por meio de informação do Itamaraty
nesta quarta-feira (8) que não participará do encontro convocado pelo Irã.
Apresentou uma justificativa técnica, que soa como desculpa esfarrapada: não
tem participado tampouco do “encontro dos amigos da Síria”, uma iniciativa das
potências ocidentais. Uma pena, pois o Brasil teria muito a dizer e contribuir
para a formulação e execução de um plano de paz.
Em tempo, para agendar e refletir sobre quem defende a paz, quem a guerra. No final de agosto, o Irã hospedará outro
encontro internacional, este de ainda maior envergadura – a reunião de cúpula
do Movimento dos Países Não Alinhados.
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